poder pintar o céu

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Um dia, um grupo de amigos, o João, o Tó, a Maria e a Carolina decidiram fazer uma visita ao Mosteiro de Rendufe. Como gostavam de ser exploradores, antes de saírem de casa, prepararam vários objetos que lhes podiam ser úteis: uma lanterna, um capacete, uma corda, uma picareta, uma pá, frascos, luvas e alguma comida. E lá foram.

Quando chegaram à frente do grande portão, bateram e esperaram. Surpresa! Apareceu-lhes um monge a abrir. Ficaram assustados (nunca tinham visto ninguém assim vestido) e desataram a correr. Nem repararam num grande buraco que ia ter aos claustros. Quase lá caíam! O monge, que os seguiu, tranquilizou-os dizendo que não lhes fazia mal e explicou-lhes onde ia ter aquele buraco. Ficaram curiosos e quiseram conhecer os claustros. O monge fez-lhes a vontade e conduziu-os até lá. Observaram atentamente todos os pormenores: os lindos azulejos, mas um pouco estragados, as pedras, as estátuas, um chafariz seco no meio do jardim, parte de um aqueduto, vários canteiros repletos de flores murchas. Sentiram uma enorme tristeza, ao verem tudo morto, sem vida. Perguntaram ao monge porque estavam as coisas com tão mau aspeto. Explicou-lhes que não foi sempre dessa maneira e contou-lhes a história completa daquele mosteiro. Ouviram-no com muita atenção. Olharam silenciosamente uns para os outros e começaram a pensar como poderiam por aquele espaço, tão mágico, cheio de alegria. Começaram por fazer um guião e distribuir tarefas: uns tiravam as pedras desarrumadas, outros tiravam as ervas daninhas, outros limpavam o chafariz e ainda outros desentupiam o aqueduto. Pegaram nos seus utensílios, pediram outros ao monge, e…mãos à obra.

Estavam todos muito eufóricos e felizes porque já estava a ficar com melhor aspeto.   A Carolina, que ficou responsável por tirar as ervas daninhas, encontrou lá num cantinho, muito murchinha, uma flor que não lhe parecia normal. Chamou os amigos para a observarem e também a acharam estranha. Pensaram logo em tentar reavivá-la para  verem como ela seria. ” E se puséssemos o chafariz a deitar água? E se fizéssemos chegar água pelo aqueduto?” Pensaram. Ainda sentiram mais vontade de limpar depressa o chafariz. Sem se aperceberem, com a picareta furaram lá num cantinho de onde esguichou um jato enorme de água. Ficaram todos molhados, porque foram surpreendidos, mas pularam de alegria! Já tinham água para regar abundantemente a florzinha! Encheram todos os seus frascos e, em carreirinha como formigas, despejaram a água na flor que começou logo a ficar mais viçosa. Fizeram um círculo à sua volta, chamaram o monge e a flor parecia que lhes sorria a agradecer. Esta flor, para eles, tinha um valor especial. Pediram ao monge para serem os jardineiros do Mosteiro. Os outros grupos, também continuariam o seu trabalho, felizes por ajudarem o Mosteiro de Santo André de Rendufe a ser, pelo menos para eles, o mais belo do mundo.

Ao regressarem a casa, conversavam sobre as diferentes profissões que iriam ter relacionadas com este mosteiro, o seu Mosteiro: arqueólogos, jardineiros, restauradores de azulejos, historiadores, cientistas… Chegaram cansados, mas felizes. Contaram aos pais e amigos o que tinham andado a fazer nesse dia.

No dia seguinte, mal se levantaram, enviaram um SMS uns para os outros. Todos falaram da sua florzinha e decidiram voltar ao mosteiro no fim das aulas. Mal as aulas acabaram, foram direitinhos ao Mosteiro. A sua florzinha, como por magia, tinha crescido imenso e, mesmo não sendo a maior, era, para estes amigos, a mais linda e perfumada flor do mundo.

 

 

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